terça-feira, 26 de agosto de 2014

O EFEITO MARINA SILVA

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Tanto Aécio Neves (PSDB) quanto Dilma Rousseff (PT) voltam-se à outsider Marina Silva (PSB).
Pesquisas internas do PSDB e do PT escondem uma Marina matadora, e os burburinhos das paredes contam que o IBOPE revelará hoje (26) um empate técnico entre ela e Dilma, além da vitória dela em 2° turno, como logo adiantou o Datafolha.
Dilma Rousseff apressou-se em estocar Marina, cobrando-lhe explicações sobre a obscura documentação do jato que matou Campos: bobagem, pois isso não a contamina e o de cujus pela morte já foi rendido.
Aécio Neves coloca em dúvida a capacidade da seringueira de presidir o Brasil: a dúvida é vazia, pois o etos eleitoral que dá peso específico decisivo ao processo não visita o psicanalista para fazer terapia de sufrágio.
> As contradições da razão
Uma possível eleição de Marina embaralharia os paradigmas do status quonacional, solapando-lhes a capacidade de dar rumos à onda que gostariam de ver espumar nas areias das suas respectivas praias, pois o discurso de Marina, pelo menos até antes do jato cair, era o de mudar tudo isso que está aí.
Ou, para que não se esfume a dialética torta que evidencia a onda (afinal, Marina tem como coordenadora-geral da campanha Maria Alice Setúbal, a vulga Neca, quem vem a ser herdeira do maior banco privado da América Latina, o Itaú) a turma da Avenida Paulista e o pessoal de Paraisópolis, a maior favela de São Paulo, acordaram em reiniciar a máquina para que o mesmo software recarregue, livre do lixo que as operações geram em todo uso contínuo de qualquer estrutura de códigos. 
> As opções eventuais
Marina, por seu turno, sabe que, pelo menos no resfolegar da liça, não pode contar com uma estrutura partidária que no PSB já era sofrível e, com a morte de Campos, escorregou pelos seus inapetentes dedos.
Nesta contingência, Marina foge dos acordos regionais, dispensa a interface política tradicional e aposta na sinergia direta com o eleitor, único porto no qual pode amarrar o barco.
Se a onda, como aposta Aécio Neves, vai quebrar antes do dia da eleição, derrubando Marina da sua crista a destempo, na areia movediça, só será possível averiguar no decorrer dos próximos 15 dias, quando o maior adversário dela, o esquálido tempo de televisão, tiver mostrado que foi o epitáfio da sua envergadura ou a anemia da sua pegada.
Eis que, portanto, Marina está naquela encruzilhada de não poder nem se atrasar no passo e nem se adiantar no compasso, na mais perfeita tradução daquela máxima de Shakespeare que diz “tão fora do tempo estar quem se atrasa quanto quem se adianta”.
Do Parsifal

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