Tanto Aécio Neves (PSDB) quanto Dilma Rousseff (PT) voltam-se à outsider Marina Silva (PSB).
Pesquisas internas do PSDB e do PT escondem uma Marina matadora, e os burburinhos das paredes contam que o IBOPE revelará hoje (26) um empate técnico entre ela e Dilma, além da vitória dela em 2° turno, como logo adiantou o Datafolha.
Dilma Rousseff apressou-se em estocar Marina, cobrando-lhe explicações sobre a obscura documentação do jato que matou Campos: bobagem, pois isso não a contamina e o de cujus pela morte já foi rendido.
Aécio Neves coloca em dúvida a capacidade da seringueira de presidir o Brasil: a dúvida é vazia, pois o etos eleitoral que dá peso específico decisivo ao processo não visita o psicanalista para fazer terapia de sufrágio.
> As contradições da razão
Uma possível eleição de Marina embaralharia os paradigmas do status quonacional, solapando-lhes a capacidade de dar rumos à onda que gostariam de ver espumar nas areias das suas respectivas praias, pois o discurso de Marina, pelo menos até antes do jato cair, era o de mudar tudo isso que está aí.
Ou, para que não se esfume a dialética torta que evidencia a onda (afinal, Marina tem como coordenadora-geral da campanha Maria Alice Setúbal, a vulga Neca, quem vem a ser herdeira do maior banco privado da América Latina, o Itaú) a turma da Avenida Paulista e o pessoal de Paraisópolis, a maior favela de São Paulo, acordaram em reiniciar a máquina para que o mesmo software recarregue, livre do lixo que as operações geram em todo uso contínuo de qualquer estrutura de códigos.
> As opções eventuais
Marina, por seu turno, sabe que, pelo menos no resfolegar da liça, não pode contar com uma estrutura partidária que no PSB já era sofrível e, com a morte de Campos, escorregou pelos seus inapetentes dedos.
Nesta contingência, Marina foge dos acordos regionais, dispensa a interface política tradicional e aposta na sinergia direta com o eleitor, único porto no qual pode amarrar o barco.
Se a onda, como aposta Aécio Neves, vai quebrar antes do dia da eleição, derrubando Marina da sua crista a destempo, na areia movediça, só será possível averiguar no decorrer dos próximos 15 dias, quando o maior adversário dela, o esquálido tempo de televisão, tiver mostrado que foi o epitáfio da sua envergadura ou a anemia da sua pegada.
Eis que, portanto, Marina está naquela encruzilhada de não poder nem se atrasar no passo e nem se adiantar no compasso, na mais perfeita tradução daquela máxima de Shakespeare que diz “tão fora do tempo estar quem se atrasa quanto quem se adianta”.
Do Parsifal
Do Parsifal
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