terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

"POVO TEM DIREITO AO GATO" DIZ DEPUTADO JÚNIOR HAJE


Olhem aqui, meus caros.
Vejam a excelência que dá o ar de sua graça nas imagens deste vídeo.
E mais do que vê-lo, ouçam o que ele diz.
Trata-se do deputado estadual Júnior Hage (PR), aspirante a uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
Na última sexta-feira, em postagem intitulada Júnior Hage age contraditoriamente. Votem nele., o Espaço Aberto, com base em nota publicada na coluna "Repórter 70", de O LIBERAL, fez ponderações sobre a contradição em que recaiu o parlamentar, que vitupera contra supostos deslizes éticos cometidos por integrante da Corte onde ele pretende atuar, enquanto Sua Excelência, o próprio, estimula, incentiva, apoia, recomenda, aconselha a população de Prainha, município governado por sua irmã Patrícia Hage, a fazer "gatos", eis que a Celpa não supre a demanda dos consumidores.
"O povo tem direito ao 'gato'. Se a Celpa não faz a ligação regular, que é direito do cidadão, o povo tem que fazer o 'gato' mesmo", diz o deputado a certa altura de entrevista ao repórter Pedro Paulo Ribeiro, durante programa apresentado por Nonato Pereira, na Rádio Marajoara, na semana passada. "Eu digo isso ao povo: vá lá na Celpa e peça pra ligar. Se não ligarem, faça o 'gato'", reforça Júnior Hage, conforme você poderá ouvir clara e limpidamente neste áudio que o Espaço Aberto divulgou no YouTube.
"Gato" é furto, não é? É furto de energia elétrica. É furto tipificado no Código Penal. Se já não bastasse ser intolerável Júnior Hage, um legislador estadual, incentivar a população a cometer um crime, a tese que ele usa abre um precedente espantoso, assustador e, por tudo isso, repulsivo.
O deputado diz que a população tem o direito de fazer "gatos" porque, ora bolas, a Celpa não oferece a energia que todos precisam.
Então, numa aplicação mais larga, mais ampla dessa tese, é possível supormos que, porque o Poder Público não nos oferece a segurança necessária, estamos chancelados, estamos autorizados a fazer justiça pelas próprias mãos?
Estamos autorizados a nos armar para enfrentar bandidos? Estamos livres para criar milícias, eis que os aparelhos de segurança do Estado não se mostram eficazes no combate ao crime?
É mais ou menos assim?
O deputado Júnior Hage que responda. Até que responda, no entanto, não há dúvida de que é esdrúxulo, para não dizer caricato e inacreditável, que um parlamentar, com aspirações a julgador, estimule o crime sob justificativas as mais inconsistentes possíveis.
Júnior Hage, uma vez conselheiro do TCM, sopesará os seus juízos, as suas aferições de valor, os seus juízos com um relativismo de tal monta que o levaria a aprovar a roubalheira, desde que a roubalheira tenha sido feita por um motivo edificante?
Não. Não se acredita que Júnior Hage, uma vez conselheiro do TCM, cargo a que ele aspira, venha a alicerçar os seus juízos nesse tipo de critério. Acredita-se que irá - ou iria, sabe-se lá - seguir estritamente a lei, não é?
Claro que sim.
Mas é bom ficar de olho.
Quando suas excelências os nobres deputados da Assembleia Legislativa do Estado forem escolher o novo conselheiro do TCM, convém lembrarem-se que Júnior já incentivou, convictamente, o furto de energia elétrica.
E querem saber mais?
Fiquem, mais uma vez, com as reflexões finais expendidas aqui no blog na postagem anterior.
Leiam-nas, porque ainda estão atuais. Aliás, continuam atualíssimas.
Leiam-nas a seguir.
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Vocês entenderam?
Fazer "gato", como sugerido por Júnior Hage, é crime. Crime de furto, punível, sancionável pelo CPB.
Quem defende, estimula, acha compreensíveljustifica, ratifica e recomenda esse crime é o legislador Júnior Hage, em programa de rádio e um dia antes - apenas um dia - de assomar à tribuna da Assembleia Legislativa para baixar o sarrafo em supostos deslizes éticos que ele aponta com banalidade e naturalidade espantosas.
Vocês querem coerência?
Querem transparência?
Querem aprumo ético em qualquer circunstância?
Mirem-se em Sua Excelência o deputado Júnior Hage, aspirante a julgar, transparentemente, isentamente, serenamente, ponderadamente e comedidamente, as contas públicas, um assunto de interesse de todos nós.
Vamos votar no deputado Júnior Hage para conselheiro do TCM?
Fonte Espaço Aberto

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