Os últimos acontecimentos no atendimento emergencial aos pacientes em Tucuruí, sudeste do Estado, que necessitam de socorro urgente através das ambulâncias do 192 da Prefeitura, mostra a rede de atendimento na área de saúde no município está um caos.
Nos últimos dias uma ambulância que transportava um paciente para o HRT (Hospital Regional de Tucuruí) quebrou no meio da viagem, na BR-422. Foi necessário passar o enfermo para um veículo particular, que passava pelo local, para completar o socorro.
Novamente uma situação de desgoverno envolvendo o serviço de ambulância foi registrada. Desta vez, na noite de segunda-feira (10) dois pacientes internados no HRT há dias: uma senhora com pedras nos rins e uma criança de dois anos, com leucemia aguda, necessitavam ser transportados com urgência para Belém.
Na capital, vão tentar as filas da porta dos hospitais para seus atendimentos, haja vista não terem a confirmação de internação.
Como o Hospital de Tucuruí se eximiu da responsabilidade do transporte dos pacientes, por não ter nenhuma ambulância, buscaram a responsabilidade da Prefeitura, que recebe recursos do Tratamento Fora de Domicílio (TFD). As ambulâncias do Estado também foram sucateadas e encontram-se nas oficinas da cidade.
Por volta das 20h uma “ambulância improvisada” totalmente sucateada, que não tem condições de realizar uma viagem para Belém, chegou na porta do HRT para conduzir, em um só “frete”, os dois pacientes. O pior: sem os equipamentos obrigatórios em seu interior, contando apenas com colchões jogados na carroceria do furgão”, contaram .
Como os dois pacientes estavam em tratamento especializado, os medicamentos tinham que ser feitos dentro dos horários prescritos pelos médicos, mas a Prefeitura não disponibilizou um enfermeiro para acompanhar os enfermos e fazer a medicação, a equipe médica do HRT não liberou os pacientes sem a presença de um enfermeiro para seguir viagem.
Só por volta das 22h chegou uma enfermeira para acompanhar os enfermos durante a viagem. Assim, a sucateada ambulância saiu de Tucuruí, a 400 km de Belém, para levar os dois pacientes.
O veículo, um furgão sem nenhuma ventilação, com cinco pessoas deitadas, estava com a porta traseira sendo fechada com uma corda. Para piorar, o veículo está com toda a documentação atrasada junto ao Detran, desde 2010.
O secretário de Saúde de Tucuruí, Charles Tocantins, segundo uma testemunha, foi quem teria autorizado o veículo para o “frete lotação” até a capital, colocando em risco pacientes, acompanhantes, enfermeira e motorista.
A ambulância não estava em condições de tráfego por questões mecânicas e por falta de documentação legal.
Recesso
A reportagem tentou contato com o secretário Charles Tocantins e com sua equipe de trabalho, mas nenhuma ligação foi atendida.
Foi acionada a assessoria de comunicação do prefeito Sancler Ferreira (PPS), que informou em função da Prefeitura estar de recesso administrativo desde o último dia 20 de dezembro até o dia 15 de fevereiro, só após o retorno das atividades é que será encaminhada uma nota de esclarecimento sobre este assunto.
(Diário do Pará)
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